Um novo recorde de manuseamento foi atingido pelo Porto de Maputo em 2021, tendo registado um crescimento de 21% em relação ao ano anterior. O total de volumes manuseado em 2021 foi de 22.2 milhões de toneladas, enquanto que em 2020 o porto manuseou 18.3 milhões de toneladas. O recorde anterior tinha sido registado em 2019, com 21 milhões de toneladas de carga manuseada. Este crescimento é um reflexo da recuperação do mercado pós-COVID mas também do uso eficiente dos cais 7, 8 e 9, a par da expansão da terminal de ferros e uma linha ferroviária dedicada.

“Embora ainda não esteja concluída – a entrega total dos cais reabilitados incluindo dragagem está estimada para Abril – o porto já começou a colher os frutos deste desenvolvimento de infraestruturas”, disse o Director-Executivo da MPDC, Osório Lucas. “A reabilitação e reforço dos pavimentos dos cais permitiu mais espaço de atracação para navios maiores. Juntamente com a dragagem do canal em 2017 e outras medidas de melhoria da eficiência das operações marítimas, o porto superou sucessivamente todos os seus recordes de manuseamento, tendo registado um máximo de 145.545 toneladas de magnetite carregadas num navio (no Terminal de Carvão da Matola) e um recorde de 140.000 toneladas de minério de crómio carregadas num navio de uma operação da MPDC”, explicou o Director.

Os volumes ferroviários de crómio e ferro-crómio registaram um ligeiro declínio de 4% em comparação a 2020. O rácio ferrovia vs. rodovia decresceu também de 25%/75% em 2020 para 21%/79% em 2021. “Com as recentes melhorias e investimento na infraestrutura ferroviária dentro do porto, existe um enorme potencial para crescimento dos volumes ferroviários. Nos últimos anos, o trabalho conjunto entre a MPDC, os CFM e a TFR tem aberto caminho para a melhoria das eficiências ferroviárias. Acreditamos que os stakeholders irão resolver os actuais desafios de forma conjunta para que continuemos a trabalhar para um maior equilíbrio entre os volumes de carga ferroviária e rodoviária”, expressou Osório Lucas.

O investimento e implementação de soluções de automação dentro do porto, continuou ao longo de 2021, com a conclusão e activação dos sistemas VAN (Notificação de Chegada de Navios) e RAN (Notificação de Chegada de Comboios), a automação de todas as básculas do porto e, por último mas igualmente importante, o estabelecimento da integração entre sistemas das Alfândegas de Moçambique, Janela Única Electrónica (JUE) com sistemas portuários, por forma a melhorar a eficiência do movimento fronteiriço.

Esta última iniciativa é parte de um plano de acção maior, concebido por uma comissão de trabalho conjunta (composta pelo Ministério dos Transportes e Comunicações, Autoridade Tributária/Alfândegas, JUE, GTSA/Km4 e MPDC), com o objectivo de ultrapassar nós de estrangulamento no Corredor de Maputo e, assim, melhorar a eficiência do fluxo de carga de e para Moçambique.

2021 foi também um ano difícil no que toca à pandemia pela COVID, resultando na perda de muitas vidas em Moçambique. O porto decidiu envolver-se em soluções para preservar a vida humana, um dos valores principais da empresa. “A MPDC decidiu liderar uma iniciativa para vacinar, através do Ministério da Saúde, os funcionários do sector privado e as suas famílias, diminuindo assim a pressão sobre o sector público da saúde e acelerando a vacinação no país”, disse Osório Lucas. A iniciativa, que tomou o nome Univax, levou à vacinação de funcionários e famílias de mais de 320 empresas em Moçambique e à doação de quase 200.000 doses de vacinas ao Ministério da Saúde.

Para 2022, o Porto de Maputo permanence optimista com boas perspectivas de um crescimento continuado. “Acreditamos que iremos abraçar o potencial total do nosso investimento tanto em infraestrutura, como em soluções tecnológicas e capital humano. Em Maio, iremos apresentar o novo plano-director para o Porto de Maputo e apresentar o futuro do porto de todos os Moçambicanos”, concluiu o Director-Executivo.